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    7.11.2011

    Avaliações sobre o plano vão de ''tímido'' a ''mais abrangente''
     

    O Estado de S.Paulo, 03/08/11
     

    Embora tenha sido recebido com restrições por parte do setor industrial, que classificou o Plano Brasil Maior de "tímido" e reclamou da falta de abrangência das áreas contempladas, a nova política industrial do governo foi vista como a mais abrangente dos últimos 16 anos pelo ex-integrante dos governos FHC e Lula, Ivan Ramalho, hoje presidente da Associação Brasileira das Empresas Exportadoras (Abece).
     

    Integrante do Ministério do Desenvolvimento até dezembro, Ramalho vê como mais importante no novo programa a combinação da desoneração dos investimentos com as alternativas de financiamento público via BNDES e Finame. "Esse conjunto de medidas gera expectativas de que a política industrial vai acelerar novos investimentos e alcançar meta superior aos 20% do PIB."
     

    "O atual é muito mais abrangente", afirmou Ramalho, ao comparar o novo plano com a política industrial do primeiro mandato de Lula, que focou a tecnologia e o comércio exterior, e a do segundo mandato, chamado de Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP). No governo FHC não houve uma política industrial formal, ressaltou.
     

    Ramalho acredita que algumas das ações terão efeito positivo ainda neste ano na recuperação de parte das exportações perdidas desde a crise de 2008. "As medidas ajudam a buscar eficiência maior para recuperar concorrência dentro e fora do País."
     

    O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, porém, considerou o plano "insuficiente". Segundo ele, a entidade vai monitorar as medidas e apresentar novas propostas, algumas relacionadas à questão cambial. A CNI também defende a inclusão de outros setores, como eletroeletrônicos e máquinas e equipamentos na desoneração da folha de pagamento.
     

    O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, avaliou positivamente o pacote, que chama de "inicial", mas ressaltou ser necessário "tempo para que demonstre que é para valer".
     

    Skaf gostaria de ver, por exemplo, redução do preço da energia, que é um custo muito elevado para o setor produtivo. Também a implantação de medidas citadas pela presidente Dilma Rousseff para a defesa comercial, como o combate à pirataria, a práticas antidumping e subfaturamento.
     

    Para a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), as medidas atendem a vários pleitos que o setor apresentou e, segundo cálculos, representarão economia superior a 40% aos fabricantes no que se refere à folha de pagamento.