MPO firma protocolo com IBGE e Serpro para aplicar inteligência preditiva nas Rotas de Integração Sul-Americana

Acordo assinado nesta terça-feira (24/06), em Brasília, vai aplicar análise estatística e geocientífica avançada ao projeto

O Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) formalizaram nesta terça-feira (24/06), em Brasília, um protocolo de intenções que insere o Programa Nacional de Inteligência e Governança Estatística e Geocientífica para Políticas Públicas Preditivas no planejamento das Rotas de Integração Sul-Americana. A parceria visa incorporar tecnologias avançadas de análise estatística e territorial para antecipar gargalos logísticos, mapear oportunidades e aperfeiçoar a tomada de decisão pública ao longo dos corredores estratégicos que conectam o Brasil aos países vizinhos e ao Pacífico.

O secretário de Articulação Institucional do MPO, João Villaverde, destacou que o novo eixo de crescimento econômico do país exige soluções logísticas modernas e baseadas em evidências. “Se o dinamismo econômico brasileiro caminha para o Centro-Oeste e para o Norte, ele está mais próximo do Pacífico. E tem ali na nossa Constituição brasileira, na primeira página, artigo 4º, o dever constitucional do Brasil de se integrar ao nosso continente”, afirmou.

Segundo Villaverde, as rotas expressam esse alinhamento entre Constituição, economia e estratégia. “Se o dinamismo brasileiro, a corrida para o Oeste no Brasil, está ocorrendo agora e nos aproxima inexoravelmente do Pacífico, e há um dever constitucional de nos integrar com os nossos vizinhos, que quase todos estão no Pacífico, então por A mais B a gente tem que fazer o que já estamos fazendo.”

Para o presidente do IBGE, Márcio Pochmann, a mudança no perfil territorial do desenvolvimento nacional exige novos instrumentos de análise e decisão. “O que nós estamos percebendo, por outro lado, é um dinamismo muito mais para o interior do país. O interior de São Paulo, passando por um pouco do Paraná, Santa Catarina, depois avançando pelo Centro-Oeste ao Norte. […] Estamos nos transformando em um país bioceânico”, observou.

A diretora de Negócios Econômicos e Financeiros do Serpro, Ariadne Fonseca, reforçou que o tratamento qualificado dos dados públicos é o caminho para uma gestão mais eficiente e soberana. “Vivemos numa era em que os dados se multiplicam de forma exponencial, mas é a capacidade de tratá-los com qualidade, segurança e inteligência que transforma informação em poder de decisão”, afirmou.

Ela avaliou que o protocolo firmado com o IBGE e o MPO representa um avanço importante no fortalecimento da soberania digital e da inteligência pública. “Hoje, em conjunto, damos passos importantes para avançar na governança de dados no nosso país e para a geração de inteligência a partir das informações que produzimos. O Brasil é muito rico em diversos aspectos, seja em riquezas naturais, mas também em capital humano e em dados. O governo federal possui dados e capacidade para aprimorar a gestão.”

O acordo insere o MPO entre as instituições pioneiras na aplicação da metodologia do programa, coordenado por IBGE e Serpro e alinhado à proposta do Sistema Nacional Soberano de Geociência, Estatísticas e Dados (Singed). O objetivo é integrar bases públicas dispersas e transformá-las em insumos confiáveis para formulação de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento regional e ao planejamento de longo prazo.

O projeto das cinco rotas de integração surgiu a partir da demanda apresentada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o Consenso de Brasília, em maio de 2023, que reuniu líderes da América do Sul na capital federal. Desde então, o MPO desenhou as rotas após consulta aos 11 estados brasileiros que fazem fronteira com países sul-americanos, com foco na integração física, econômica e comercial com os países vizinhos.

Segundo Villaverde, a construção das rotas tem sido orientada por inovação e compromisso institucional. “A gente está inventando, porque tem várias formas de fazer isso. E é com muita alegria ver como a ministra Simone Tebet e o presidente Lula abraçaram essa intenção, esse formato que a gente foi dando das rotas de integração sul-americana.”

A proposta busca conectar as regiões produtoras do interior brasileiro aos portos do Pacífico, reduzir custos logísticos e ampliar o comércio regional. Os dados de comércio exterior indicam que a integração física com os países vizinhos precisa ser acelerada. Em 2002, o Brasil exportava US$ 7,4 bilhões para a América do Sul e US$ 8,8 bilhões para a Ásia. Em 2023, as exportações para os asiáticos saltaram para US$ 152,4 bilhões, enquanto as vendas para os vizinhos atingiram US$ 40 bilhões.

Para Villaverde, o entusiasmo da equipe do MPO reflete a urgência e relevância do trabalho. “A gente precisa saber mais o que a gente já sabe um pouco. E a gente precisa saber alguma coisa do que a gente não sabe nada. […] O Brasil precisa de muito mais IBGE e não menos. O Brasil precisa ver aquele colete da recenseadora e do recenseador do IBGE e abrir a porta da sua casa para a alegria.”, afirmou.

Fonte Internet: Ministério do Planejamento e Orçamento, 24/06/2025

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Foto de Redação Abece

Redação Abece

Associação Brasileira de Empresas de Comércio Exterior

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