País precisa ampliar compras do produto no mercado internacional. Federação se reúne com potenciais parceiros comerciais em busca também de carne de gado congelada.
Por Marcos Carrieri
São Paulo – Pecuaristas marroquinos visitaram produtores de carne nesta semana em busca de parceiros comerciais brasileiros. Em reunião realizada na sede da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, em São Paulo, os integrantes da Federação Marroquina de Operadores do Setor Pecuário apresentaram os desafios que o setor tem enfrentado para abastecer o mercado local com gado vivo e carne congelada, como o alto custo e a necessidade de usar intermediários nas negociações.
Presidente da Federação, Mohamed Jabli afirmou que a comitiva de sete representantes da instituição visita frequentemente potenciais parceiros para seus negócios. Decidiram vir ao Brasil porque o País é um dos maiores produtores e exportadores mundiais de cabeças de gado e carne, com produtos de qualidade e capaz de atender às suas demandas.
Eles participaram de reuniões com empresas do interior de São Paulo, em cidades como Presidente Prudente e Barretos. Com uma das companhias, disse Jabli à ANBA, um negócio poderá ser concretizado já no começo da próxima semana.
Do encontro participaram o vice-presidente de Relações Internacionais e secretário-geral da Câmara Árabe, Mohamad Mourad, a diretora de Relações Institucionais, Fernanda Baltazar, e o diretor Arthur Jafet. Os empresários afirmaram que a Federação foi fundada há dois anos e meio para dialogar com o governo e apresentar os desafios que o setor enfrenta.
Entre eles, a necessidade de buscar carne de gado e gado vivo no mercado internacional desde que uma seca atingiu o país há sete anos. Desde então, os pecuaristas marroquinos passaram a comprar gado vivo de países europeus, como Portugal e Espanha. Custos altos e dificuldades dos próprios fornecedores em abastecer o mercado local levaram os importadores a buscarem alternativas: Austrália, Argentina, Uruguai e Brasil foram alguns dos países avaliados pela Federação, que vê no Brasil um parceiro em potencial também em razão dos preços competitivos.
Parceria comercial entre Brasil e Marrocos
“Hoje, importamos tendo um intermediário entre o vendedor e nós, compradores. Queremos fazer negócios diretamente, sem o intermediário. E queremos ter a confiança das empresas exportadoras para concretizar os negócios”, disse Jabli durante o encontro com a Câmara Árabe.
Mourad e Baltazar disseram que a instituição realizou, recentemente, uma viagem ao estado do Pará, no Norte do Brasil, e segundo maior produtor de gado vivo no País, que já tem Egito e Omã como destino das suas exportações do produto. “O Marrocos fica mais perto do Pará do que esses países”, disse Mourad citando um benefício do qual o os marroquinos podem desfrutar.
Baltazar apresentou as atividades que a Câmara Árabe desempenha na relação entre Brasil e Marrocos e disse que, possivelmente em setembro, uma missão de empresários marroquinos visitará o Brasil. Mourad sugeriu que essa pode ser a ocasião para os pecuaristas conhecerem mais empresas no País e visitarem os produtores do Pará.
Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), organizados pelo departamento de Inteligência de Mercado da Câmara Árabe apresentados na reunião, mostram que o Brasil exportou US$ 1,395 bilhão ao Marrocos em 2024, em alta de 12,7% sobre 2023, sobretudo em açúcar, cereais e gado vido. O Marrocos, por sua vez, exportou US$ 1,387 bilhão, em queda de 1,7% na mesma comparação, principalmente me fertilizantes, produtos químicos e roupas.
Fonte Internet: Agência de Notícias Brasil-Árabe (ANBA), 27/06/2025